Cometa 3I/ATLAS gera alerta e entra no radar da NASA: existe risco para a Terra?
O cometa interestelar 3I/ATLAS voltou a chamar a atenção de astrônomos do mundo todo e entrou em monitoramento prioritário da NASA. O objeto está atravessando o Sistema Solar em alta velocidade e vai fazer sua maior aproximação ao Sol no fim de outubro. Por causa da rota incomum e da origem de fora do nosso Sistema Solar, o cometa disparou um “alerta científico”: uma corrida global para estudar o fenômeno em tempo real com telescópios e sondas espaciais. Mas, diferente do que circula em teorias de internet, não há risco de impacto com a Terra.
O que é o cometa 3I/ATLAS e por que ele virou prioridade
O 3I/ATLAS é um cometa interestelar, ou seja, não nasceu aqui. Ele veio de fora do Sistema Solar e está apenas “de passagem”. Ele foi detectado em julho de 2025 pelo sistema ATLAS (Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System), um programa financiado pela NASA para varrer o céu em busca de objetos potencialmente perigosos. O 3I/ATLAS é histórico: é só o terceiro visitante interestelar já confirmado, depois de ’Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019).
Essa raridade fez o objeto saltar imediatamente para o topo da lista de observação de agências espaciais. A velocidade e a composição do 3I/ATLAS podem revelar como são os materiais “crus” de outros sistemas estelares — literalmente matéria que não se formou com o nosso Sol. Missões em órbita de Marte e Júpiter, além de telescópios como Hubble e observatórios no solo aqui na Terra, estão coordenadas para medir gás, poeira, brilho e trajetória. Astrônomos descrevem essa janela como “talvez uma vez na vida”.
Outro ponto que chamou atenção: o objeto tem órbita hiperbólica, o que significa que ele não está preso ao Sol. Ele vai passar, fazer sua curva e ir embora para o espaço profundo novamente. Isso confirma que não se trata de um corpo “da casa”, mas sim um viajante interestelar.
Vai bater na Terra? Qual é o real cenário agora
Não. Os próprios cálculos de trajetória divulgados por centros de rastreio espacial mostram que o 3I/ATLAS não representa ameaça de colisão. A passagem mais próxima da Terra acontece bem longe: centenas de milhões de quilômetros de distância. Em outras palavras, seguro.
O que vai acontecer agora é outra coisa: o cometa está chegando ao ponto mais próximo do Sol, o chamado periélio, por volta de 29-30 de outubro. Nessa fase ele pode “esquentar”, liberar mais gás e poeira e até mudar de brilho. Antes disso, ele já passou muito perto de Marte, coisa de algumas dezenas de milhões de quilômetros, numa velocidade estimada em mais de 300 mil km/h. As sondas que estão orbitando o planeta vermelho — e até robôs em solo marciano — estão tentando registrar imagens e dados dessa passagem.
Para nós aqui embaixo, o impacto é outro: ciência. A análise desse material ajuda a comparar a química de outros sistemas estelares com a nossa. Ou seja, cada dado coletado agora vira pista sobre como planetas, asteroides e cometas se formam lá fora. E isso explica o “alerta” citado em manchetes: não é pânico de impacto, é prioridade máxima de observação.
Resumo prático: o 3I/ATLAS é um cometa interestelar raro, está sendo acompanhado de perto por NASA e outras agências, vai raspar o Sol no fim de outubro e depois ir embora. Ele não vai atingir a Terra.